quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Uso de álcool por jovens e comportamento sexual de risco

Muitas pesquisas revelam um estreito relacionamento entre o uso de álcool e a prática de comportamento sexual de risco entre adultos jovens. Entretanto, a compreensão aprofundada dessa questão não se mostra nada simplória. Alguns estudos mostram que o uso de álcool reduz a inibição social, expondo, assim, o jovem a comportamentos os quais ele (estando sóbrio) evitaria. Há especialistas que buscam, inclusive, fornecer evidências dessa relação.
Um exemplo interessante desse raciocínio é ilustrado pela relação entre taxação de bebidas alcoólicas e alguma medida de comportamento sexual, como, por exemplo, a taxa de ocorrência de alguma doença sexualmente transmissível (gonorréia).


Seguindo essa linha de raciocínio, o autor buscou verificar se há relação entre a ocorrência de gonorréia nos diferentes estados dos EUA e a aplicação de leis de natureza “tolerância zero” (leis que pregam a suspensão da habilitação do motorista menores de 21 anos pegos com alcoolemia de 0,00-0,02) para menores de 21 anos de idade conduzindo automóveis. Vale salientar que nos EUA à idade mínima para se dirigir um automóvel é de 16 anos na maioria dos estados.


Para tal foram cruzados os dados relativos às taxas de ocorrência de casos de gonorréia na população americana com os dados de aplicação de leis de natureza “tolerância zero” nesse país. Esse tipo de lei teve sua aplicação iniciada nos EUA no começo da década de 80, sendo que nos anos 90 houve a adesão de diversos estados a sua proposta, culminando com a adesão de todos os estados no ano de 1998.

O autor constatou que entre os anos de 1981 e 2000 a aplicação de leis de beber e dirigir de natureza “tolerância zero” esteve associada com a redução em 14% na ocorrência de gonorréia em jovens de etnia branca e do sexo masculino de 15-19 anos nos EUA, sem efeito significativo entre os jovens de 20-24 anos. Entre as mulheres brancas, entretanto, observou-se redução nos casos de gonorréia tanto entre as jovens de 15-19 anos quanto entre as jovens de 20-24 anos, sugerindo a ocorrência de uma correlação acidental nesse caso em particular. Entre negros não foi possível estabelecer qualquer efeito significativo.

Por fim, o autor afirma não ser possível estabelecer uma relação causal entre as variáveis estudadas (leis de beber e dirigir, consumo de álcool e comportamento sexual de risco). Ademais, o estudo não permite estabelecer relações sólidas sobre os mecanismos envolvidos na redução de casos de doença sexualmente transmissível (gonorréia).

Fonte: Cisa

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